segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Fronteira Final

Chega maio, junho e julho e os cinemas são invadidos por filmes que exigem praticamente nada de quem os assiste. Basta sentar, comer pipoca, ficar olhando pra bunda e peitos do interesse romântico do protagonista. Que por sua vez é cheio de palavras de efeito e tem o incrível hábito de salvar o mundo. Ah! Se ele consegue a proeza de forma espetacular ganha a possibilidade de fazê-lo em uma sequencia, que como dizem os produtores será "maior e melhor". Wolverine, Transformers, Anjos da Noite são alguns exemplos que utilzam o formato. Sem esquecer dos imprescindíveis efeitos especiais.

Veja bem, não faço uma crítica aos filmes citados, até porque assistir à Megan Fox não é sacríficio nenhum, só que esse modelo está totalmente saturado e as boas surpresas surgem de filmes que conseguem quebrar certos paradigmas. Caveleiro das Trevas foi um exemplo. Pouco se vê de CGI no filme, o herói se ferra até não poder mais e o vilão só faltou roubar o título do filme.

Este ano outro filme quebrou outro paradigma. Atenção! Isto é digno de bold! Star Trek utiliza a fórmula dos grandes blockbusters de hollywood e o impensável aconteceu. O paradigma de que blockbuster, qualidade e brilhantismo não cabem na mesma frase foi quebrado. Resultado: o filme que com certeza é e será o filme mais divertido do ano.

Star Trek consegue a façanha de fazer com que eu entenda a magia daquela série surrada de tantos fãs, que sempre foi a série nas estrelas mais chata. Tanto para mim quanto para J. J. Abrams, o mago responsável por "Lost" (em sua primeira temporada) e "Alias" e que dirigiu brilhantemente o décimo filme de jornada nas estrelas.

O filme que demorou três anos para ser gravado conta com uma história inteligentíssima. Não se preocupe, não há spoilers. A história consegue de maneira natural e simples recriar o universo admirado por tantos e o atualiza para um virgem sobre o assunto.

Os cuidados tomados pelos roteiristas são um parágrafo a parte. A quantidade de referências aos episódios passados da série aparecem na medida ideal. E as personagens..... aaaaahh, as personagens! Raramente se vê tantas personagens fortes em um filme como neste. É hilário observar as peculiaridades de cada e o relacionamento entre eles. O grande trunfo do filme é saber utilizar as fórmulas de hollywood sempre na medida certa. A relaçao de Uhura, Spock e Kirk demonstra bem isso, fazendo com que o filme se sustente no dialogos e não na ação.

É sacanagem falar do filme sem dar créditos às profissionais que nunca recebem o devido crédito. April Webster e Alyssa Weisberg fizeram um casting espetacular. Nenhum nome realmente conhecido pelo grande público, mas perfeitos para os papeis. Especialmente nos casos de Spock, Scotty e Dr. McCoy interpretados por Zachary Quinto, Simon Pegg e Karl Urban, respectivamente.

A ação não deve ser esquecida. É absurda de boa. Cenas brilhantes inspiradas em clássicos do cinema e utilização de aspectos físicos pra deixar qualquer nerd com o sorrisso enorme na cara.

Chega! Agora o que não deu certo no filme. O conflito é fraco. É compreensível já que o foco não era esse, mas o longa podia criar uma tenção maior no público. Outro ponto fraco é a ausência do 3D. Eu sei que parece piada isso, mas os efeitos são tão bonitos e feitos de tal forma que a experiência 3D cairia como uma luva. Genial seria pouco!

Dois novos filmes já estão confirmados, embora J.J. Abrams esteja cada vez mais longe dos projetos. Fato que preocupa alguns, inclusive eu. Mesmo assim, a continuidade da franquia nos cinemas deve ser longa e próspera, do jeitinho que o Spock gosta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário