quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Os amigos"

Um dos maiores desafios dessa viagem é a convivência diária com pessoas de culturas totalmente diferentes, tornando-se até mesmo antagonicas. No começo é só festa, você pensa que viver com tanta gente diferente vai ser super divertido e enriquecedor. Não me entenda mal, é divertido por diversos momentos e em todos enriquecedor, porém chega em um estágio que a gente só quer falar alguma coisa sem ter que dar mil explicações e isso faz falta.

Dentro de todos os países representados aqui um chama a atenção. A segunda maior colônia da IICD com aproximadamente 8 integrantes (já que uns estão de saída e outros chegando) é dos coreanos. Ficam atrás somente dos brasileiros, 11 no total. Eles chamam a atenção por serem de um mistério absoluto a princípio.

Pra começar eles sorriem e balançam a cabeça quando estão confusos e não quando estão entendendo alguma coisa. Eles mal falam, acreditam que só devem abrir a boca quando a frase sairá gramaticalmente e "pronuncialmente" perfeitas. Tirando a dificuldade para comer com garfo e faca. Além de serem absurdamente formais.

Eis que você começa a conviver com eles e começa a entender melhor a cultura. Primeiro, os homens adoram ficar se tocando e sentam um no colo do outro e assim vai. Eles já repreenderam outros que não entendiam esses hábitos. Eles também adoram cozinhar só para eles comidas típicas e vivem em colônia mais do que qualquer outra espécie natural da montanha. Esses hábitos não me incomodam nem um pouco, mas........

Ao conhecê-los um pouco melhor você percebe algumas manias extremamente irritantes. Eles não lavam a sujeira que fazem, desperdiçam quantidades enormes de comida e dificilmente falam o que pensa. Conviver com pessoas que se incomodam com a maneira que você se dirige a elas e mesmo assim nunca falam nada é muito foda, pela falta de uma palavra melhor.

Com tudo isso, tem uma coisa que os amigos tem e ninguém mais tem (amigos é como os brasileiros se referem a eles quando estão falando mal dos coreanos em português): o mais alto grau de indecisão. "Na nossa cultura é muito difícil dizer sim ou não", palavras do amigo Tae.

Quanto tempo demora pra tomar uma simples decisão como o horário que você vai acordar. Para um brasileiro menos de 2 minutos. Ele considera a que horas tem seu primeiro compromisso, quanto tempo demora pra se arrumar, mais a enrolação na cama e uns 5 minutos de atraso de praxe. Já um amigo demora no mínimo 15 minutos. Fato verídico observado por mim diversas vezes durante viagens de Fundraising e impossível de ser explicado.

"Não é muito difícil entender porque a guerra por aqueles lados ainda não acabou" é o comentário favorito da Elea nesses momentos de decisão.......ou não. Enfim, comentários sem pé nem cabeça sobre esse povo que eu tanto tenho que aprender a conviver.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A nem tão pacata Williamstown

Tô querendo escrever há um bom tempo duas coisas. Primeiro eu queria falar sobre Williamstown e depois sobre um projeto que estou desenvolvendo para África. Este texto trata do primeiro.

Ninguém comenta o que eu acabei descobrindo aqui, o que eu acho uma tremenda imbecilidade, que Williamstown é onde se localiza Williams College (uma das melhores faculdades de artes dos EUA, senão a melhor). Ela é pequena, mas super prestigiada. As instalações são maravilhosas, as pessoas gente boas e eles recebem dezenas de autoridades nas mais diferentes áreas. Semana passada tivemos a presença da cia de dança Lucinda Child e do professor Carlos Moore, ativista negro cubano do caralho.

O que NINGUÉM entende é porque a IICD não mantém nenhum tipo de diálogo com a universidade. Pra quem não sabe a universidade nos EUA acaba tendo um papel diferente na comunidade. Ao invés de ser algo inacessivel e distante (como a USP), ela desenvolve diversos projetos e incentiva o uso de suas instalações pela comunidade.

Por sermos de diversas nacionalidades, os professores com quem conversei demonstraram um gigantesco interesse em manter contato com a gente. Eles inclusive possuem um núcleo de pesquisa africano.

Enfim, quinta-feira nós passamos toda a tarde na faculdade e assistimos a aula dada pela Lucinda Child's Dance Company e ouvimos a palestra do Carlos Moore. A Lucinda Child é uma lenda do ballet, logo a companhia é muito top. Oportunidade muito loca pra gente.

Depois a gente assistiu uma palestra do Carlos Monroe. Cientista político cubano que viveu a revolução e luta contra o racismo no mundo. O cara já desenvolveu trabalhos em todos os continentes, ao todo mais de 30 países. Além de ter conhecido Fidel Castro, Martin Luther King, ter sido segurança do Malcom X e etc..... muita história louca. Hoje em dia ele mora no Brasil e faz pesquisas sobre o a questão racial patrocinadas pelo governo Lula.

Só que Williamstown não se resume a Williams College. A cidade também é lar do The Clark, uma das melhores galerias de arte do mundo. Possui 50 Renoir. Isso mesmo, 50!

Bom, era só isso que eu tinha pra contar.Ah! Já estou em Fundraising novamente, mas isso é uma outra história.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Não é Fait Diver

Environment - Nature | Gender - Women | Society
Mozambican women eaten by lions

afrol News, 29 July - Two Mozambican women have been reportedly eaten by lions close to the country's northern national park. The weekend killings had brought the number of people killed by wild beasts in Cabo Delgado province in the last six months to 14.

The remains of the women victims were found near the Quirimba National Park in Cabo Delgado where wild animals frequently attack humans. However, how the latest victims fell into the lions trap still remains a mystery to many people.

The attacks, mostly launched by lions, crocodiles and elephants, are directed at farmers who share water and grazing with wild beasts. Wild animals are in the habit of attacking farmers in isolated areas.

Mozambican government did not only authoritise the army to shoot "problem animals", it also put in place several measures to protect wild beasts from harming people. This includes engaging mobile brigades to bar animals from intruding into populated human settlements.

Novos Projetos

Primeiro queria me desculpar pela enorme quantidade de erros nos últimos textos. Eu sei que não é desculpa, mas o cansaço e a atenção tornam a escrita algo bem complicado. Segundo queria dizer que não escrevo há muito tempo devido às recentes confusões aqui dentro que serão devidamente explicadas em futuros posts.

Pois bem, isso posto, gostaria de falar que papai do céu foi bonzinho comigo e conseguiu me arrumar uma câmera de filmar em high definition sem ter que pagar por ela. O IICD tem uma disponível para mim, ou seja, só vou ter que comprar uma pra ir pra África e posso esperar de boa por um desconto legal de feriado.

Essa informação é importante porque um dos meus principais projetos era fazer um documentário de tudo isso que eu to vivendo. Agora isso é possível e mais do que isso, se tornou uma obrigação.

Após diversas conversas e discussões, chegou-se à conclusão de que o período de treinamento tava meio várzea. Então, várias mudanças foram solicitadas e atendidas. Entre essas mudanças estavam a criação de uma ferramenta coletiva para o registro de nossa passagem pelo programa (um blog ou um diário coletivo) e a incorporação do meu projeto de documentário como atividade do currículo daqui. Em outras palavras, eu vou ter espaços no cronograma só para trabalhar no doc ao invés de ter que produzi-lo na minha folga.

Com essas medidas, ontem foi criado o nosso Blog e Flickr. O blog se chama Siyo Nqoba, do zulu "we are going to conquer", do inglês "nós iremos conquistar". Todo mundo já escuto isso alguma vez na vida, tá na música de abertura do Rei Leão.

Enfim, seguem os links pro blog com postagens coreanas, irlandesas, americanas, brasileiras, japonesas e porto riquenhas.

www.augustteam2009.blogspot.com


Preste atenção no segundo 23/24 do vídeo, você vai escutar perfeitamente a pronúncia de Siyo Nqoba.


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ahhhhh Fundraising....

A arte de arrecadar dinheiro nada mais é do que a arte de vender um produto. Muita gente aqui, entenda-se americanos, ficam totalmente desconfortaveis com a idéia de pedir dinheiro em frente de lojas, em ruas ou até mesmo no famigerado método "door to door".

Eu me sinto totalmente a vontade porque não me enxergo pedindo dinheiro, mas vendendo uma idéia e um projeto em que acredito. Se eu fizer a pessoa acreditar, ela vai dar seu dinheiro.

Com o objetivo de praticar e aprender técnicas de fundraising, nós fomos no último sábado para em três cidades diferentes. Uma no estado de Vermont e outras duas no estado de Nova York.

Meu desempenho foi nada menos do que espetacular sendo direta e indiretamente responsável por metade dos 500 dólares arrecadados pelo meu grupo (eu, Elea, Nao, Tae, Kim). O curioso é as figuras que a gente encontra nesse tipo de coisa.

Uma das minhas preferidas era uma americana desempregada que tava indo comprar vinho.

"I came to buy wine (cara de dúvida com uma ponta de culpa ao ver as infos sobre a África). Thats what unemployed people do, you know?", disse a quarentona que logo em seguida saco 5 dólares e fez a gente jurar que não iriamos pra zonas de guerra.

Outra coisa engraçada são as técnicas, uma das minhas preferidas é jogar com a culpa das pessoas. Sempre começo com um : "Excuse me, would you like to help Africa?". A pergunta maldosa é muito boa porque as pessoas não conseguem falar não. Elas param, fazem caretas de dúvidas, reclamam da malicidade na pergunta e etc.... mas o melhor é que eles param e se eles param eles dão dinheiro.

Pois bem, tudo foi a mil maravilhas e no final o nosso time arrecadou 1300 dólares somando as três cidades. Alcançamos nosso objetivo (125 dólares por pessoa) e mal podiamos esperar pelo começo da nossa viagem.

Eu sabia que o resultado, porém, havia sido enganoso. Primeiro proque fomos em lugares altamente liberais e com grande inclinação a nos ajudar e segundo porque era fim de semana e o movimento em lojas e a disponibilidade das pessoas é outra. Mas nunca pensei que a nossa viagem em NJ começaria tão difícil.

ps-> devido ao meu cansaço e preguiça não existe revisão nesse blog, muito menos preocupações gramaticais e ortográficas.

Fundraising

Essa é com certeza a parte mais importante do nosso tempo nos EUA: Fundraising. Basicamente para pagar nossas despesas na África e manter os programas o time como um todo necessita arrecadar uma quantia X de dinheiro. A quantia é o número total de membros do time vezes 6000 mil dólares. No meu caso o resultado é 72000 dólares.

Para conseguir essa quantia singela são dadas 8 semanas divididas em quatro viagens para pedir dinheiro. Cada viagem dura 2 semanas e os destinos são pré-determinados pela ONG. Eles dizem que a gente pode expressar nossa opinião mas na real não rola nada disso não.

Os preparativos da viagem requerem muito tempo. A minha função primária foi encontrar casa e hospedagem pra todo mundo. Como o nosso orçamento é muito baixo a gente tem que morar na casa dos outros de favor. Então eu preciso entrar em algumas comunidades na internet em que as pessoas disponibilizam lugares em suas casas. Eu consegui casa pra todo mundo relativamente rápido e mais impressionante consegui duas casas pra 5 pessoas por duas semanas. Uma em Nova Jersey e outra em Washington. As outras duas pessoas vão para a casa de uma tia de uma garota do time também em NJ.

Outra função é arrumar lojas que disponibilizam espaço na calçada pra gente montar mesas e pedir dinheiro, além de ligar para a polícia municipal de cada cidade que a gente vai para pedir por uma permissão de fundraising. Em algumas cidades é realmente sofrida a permissão.

Outras funções involvem a localização de bons "pontos", a adminsitração do dinheiro, manutenção dos veículos, criação de material para divulgação como posters e etc.....

Eu, Elea, Nao (japao), Tae (corea) e Ju Hee (corea) viemos para NJ. Hoje é nosso segundo dia aqui e a coisa ta tensa hehehee.......

ps-> a imagem é o logo do nosso time criado pelo porto riquenho....